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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Eu sei que vou morrer, mas não acredito!


Eu sei que vou morrer, mas não acredito!


Interessante. Quando eu era pequeno eu era eterno. Durou até aos 18 anos, fim da adolescência.
Por que se preocupar nessa época? Eu sentia dentro de mim que eu existia.
Era uma vida maravilhosa onde, com um colorido infantil, eu até voava...bastava fechar os olhos. As brincadeiras, as viagens onde na véspera nem dormia, meus primos, a minha “casa” que queria construir em cima da árvore e enfim, era como se eu tivesse uma varinha mágica que transformava os fatos mais simples em vivências encantadoras.
A surpresa foi na juventude. Foi-se apagando as imagens infantis e deparei-me com uma realidade que não gostei. O mundo era provisório inclusive para mim. Sumiu minha imortalidade.
Foi a fase que tinha temor de pensar nisso. Afinal cursando a faculdade de engenharia e as festas eu ía levando.
Casei, nasceram minhas filhas, tinha pai e mãe... e todos provisórios. Ruim não?
Resolvi enfrentar a tal morte. Tinha que pensar nessa opção muito a contragosto.
Se não havia morte quando pequeno haveria então algum fundo de verdade.
Se eu tivesse alguma religião como os espíritas e os cristãos, mulçumanos e judeus era fácil. Todos dizem que há uma continuidade após a vida física aqui e seria uma questão de acreditar, mas a dúvida persistia. Eu queria, não uma crença, mas uma certeza! Sem fantasias.
Se existe Deus, deveria existir uma lógica genial, um sentimento e um amor imenso que, afinal  justificaria a nossa existência após a morte, pois quem criou a vida criou também a nossa existência vencendo a morte, com a mesma genialidade que criou as galáxias, estrelas e o universo sem início e sem fim.
Se existe a existência eu deveria sentir essa coisa maravilhosa dentro de mim aqui e agora sem ter que esperar a morte para comprovar! Nada de promessas de existência.
Quem me falou dessa frase: “Eu sei que vou morrer, mas não acredito”! foi um amigo que igual a mim, sabemos que irá acontecer, mas é inconcebível!!!
Sei muito bem que não adianta falar para quem me lê:
Existe a existência!
Ou afirmar:
Não existe a existência! Tudo termina aqui!
Não satisfaz. Ninguém irá acreditar em mim. Nem no sim e nem no não.
É algo muito individual.
Posso dizer que uma das imensas razões de estarmos vivos é para descobrirmos que existiremos com certeza e convicção absoluta.
Existe um caminho para que essa realidade se plasme dentro de nós, gradualmente.
Não acredite em nada do que escrevi, mas o próprio Criador gostaria que conquistássemos e sentíssemos essa realidade maravilhosa que ninguém consegue falar por nós...nem filosofias e religiões...só nós mesmos nas profundezas do nosso ser interno. 
Nem Deus mesmo porque delegou essa conquista para os humanos adultos escaparem da morte pelos seus próprios méritos.
Coisas que sentimos na nossa infância onde reinava o pensamento de Deus, um mundo maravilhoso... dentro de nós. Os valores da infância apontam para o caminho.
Luz no fim do túnel.


Paulo R P Menezes.

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