Demorei para perceber que um dos
grandes enigmas era eu mesmo.
Olhava para dentro de mim e
sentia que estava vivo. Pronto, estava respondido. Algumas virtudes e defeitos...
Não é bem assim.
Há alguns anos vinha estudando
que esse “eu” poderia ter muito mais anos do que um período de vida física.
Achei lógico porque quando era pequeno eu sabia certas coisas de Meteorologia
sem ninguém ter me ensinado, ciência que viria depois a estudar como “hobbye”.
Então pensei, falando sozinho comigo mesmo: “É...aprendi isso “antes” de nascer...devo
ser mais velho.
Depois tomei contato com uma
concepção que eu seria uma dualidade física e espiritual com o meu psicológico
no meio das duas.
Começou a complicar esse quem sou
eu, mas logo veio a minha mente que quando o físico estava dormindo um gênio se
aproveitava e produzia sonhos geniais e inéditos como acontece com todo o
mundo. Que nem o filme “O feitiço de Áquila”. Esse gênio poderia com toda
certeza fazer parte do meu eu! Falo que era um gênio porque pelo enredo dos
sonhos sentia que ele sabia manejar bem a minha mente.
Estava tudo tão”simples”. Agora
vai-se ampliando de forma interessante porque esse que produz os sonhos deve
ter demorado séculos aprendendo a fazer isso. Conclusão esse eu também, que
integra a minha constituição como indivíduo, é muito mais velho!
Outros fatos surgiram. Comecei a
me interessar pela “Evolução Consciente”(1). Na sequência começou a emergir de
dentro de mim uma vontade de ser melhor, de querer aprender sobre os mistérios
da Criação, procurar superar meus defeitos, desânimos e tristezas e também
sentir que, se aprendi alguma coisa deveria ajudar aos demais.
Dando continuação à pesquisa
sobre a Evolução na fase consciente , senti-me mais lúcido, feliz e começei a
desconfiar que dentro de mim havia algo grande. Como sabia que a minha vida
anterior era meio sem graça, apesar das muitas diversões e que agora vivia mais
alegre, pensei: - “Estou vivendo e
sentindo com a outra parte que existe em mim”. Era eu mesmo também, mas muito
melhor. Era pena que esses momentos bons eram esporádicos, porém aprendi um
ponto importante e um dia escrevi:
- “Vai se delineando que “Quem sou eu” é muito surpreendente; A vida
física é o presente momento de um tempo e uma vida que vem de muito longe no passado e
seguirá muito depois mesmo na imensidão do futuro”.
Vou abrir um parêntese. Eu tenho
uma Tia que vive me dizendo e insistindo em função dos estudos que fez, que as
deficiências humanas, de acordo com o que ela percebeu no livro “Deficiências e
Propensões do Ser Humano” (1), são um atraso
de vida. Cita que chegou a hora de mostrarmos virtudes e não fingi-las
que as temos, pois a humanidade vem se comportando assim há séculos e não deu
certo. Criando-as em nós mesmos, o Universo permitiria que despertássemos nas “esferas
superiores”, segundo ela entendeu.
Então me veio uma “luz”, um
entendimento, uma compreensão:
Quando me interessei pela minha
evolução e comecei a melhorar combatendo meus defeitos, atraiu a minha parte
mais inteligente, emergiu de dentro também a minha constituição que contém os
melhores sentimentos. Surgiu esse “eu” que me fez ver a vida como uma
oportunidade maravilhosa e que ao mesmo tempo me faz sentir um grande alento,
um ânimo que me leva a superar meus problemas psicológicos e existenciais, ser
mais grato e amável com os demais e compreender aos poucos a grandiosidade da
Criação, de Deus e seu Amor. O vazio e a solidão vão desaparecendo
gradativamente.
Descobri que posso viver e sentir
a vida com apenas o frágil físico e psicológico de uma forma limitada OU somando com a potente vida espiritual de característica mais ilimitada, mais
permanente, mais imensa e eterna. Pense: Não é melhor eu viver com o meu espírito
também?
A questão é fazer predominar a
segunda sobre a primeira.
Estou nesses primeiros passos
descobrindo quem sou eu, porém importantes.
Não somos um “eu” tão pequeno
como imaginava tempo atrás.
Temos que ser melhores do que nós
mesmos. A luta não está ganha e o importante é continuá-la.
Cheguei até aqui. Você que leu...Quem
é você?
Paulo R P Menezes
( (1) Livro
e Conceito utilizado por Gonzalez Pecotche em logosofia.org.br.
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