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sábado, 2 de fevereiro de 2013

A civilização que vivia apenas um dia.

Não sei como, mas quando vi estava "lá".
Vinha saindo da mata e avistei uma grande cidade.
Os habitantes olhavam-me com desconfiança e interesse talvez perguntando-se: de onde saiu esse aí?
Em pouco tempo logicamente fiz contato, não sei em que língua, mas nos entendíamos.
De certa forma as civilizações têm similitudes, todavia havia algo estranho.
Eles não falavam de passado nem futuro e fiquei sem entender até que em determinado momento, conversando com muitos deles, compreendi!
A vida para todo o povo deles era de um só dia. Não lembravam do "ontem" e nada sabiam do amanhã. Tudo começava hoje e morreria hoje mesmo. Assim imaginavam.
Quando lhes falei o que realizei no dia anterior risonhamente disseram-me que eu era um louco. - "Ninguém lembra", afirmaram.
Como você tem essa certeza? falou-me um deles.
Contei-lhe que "olhava" para dentro de mim e expliquei-lhe que "via" o que ficou gravado na minha memória e consciência.
Frente a desconfiança geral procurei ser o mais eloquente possível:
- "Vejam que fisicamente vocês são todos diferentes"!
- "Uns tem umas habilidades melhores que outros'! Onde acha que aprenderam? Nos "ontens" da vida! Lógico"
Como estávamos mais íntimos, talvez por isso que um deles me relatou; -"Temos uma inquietude enorme sobre isso. Sempre desconfiamos que essa seria a realidade...a vida continua...,"existe o ontem" mas falta a certeza interna como você tem. Quando tentamos avançar nesse campo, os feiticeiros nos enganaram com ficções absurdas que só serviram para nos explorar em benefício deles.
( Então pensei, porém não falei: "Já vi isso em algum lugar"] )
Depois de muitas idas e vindas, ainda dentro desse mesmo dia, porque no próximo eles não lembrariam de nada, levaram-me para um palácio onde num dos salões apareceu o conselheiro-mor e expresou solenemente: - "Após uma reunião agitada, sou o porta voz do nosso pensamento: O que você pode fazer para nos ajudar nesse aspecto"?
Queremos ardentemente sermos conscientes por nós mesmos de porções maiores de tempo e de espaço! -  "Queremos uma convicção igual a sua" e "ver o passado", o ontem.
Então falei-lhes de algo animador:
- "A minha civilização tem um problema igual ao seu povo, contudo de outras dimensões."
Continuei: -"Lá o que queremos saber é se existimos, pois não estamos felizes em saber que apenas vivemos".
- Igual ocorreu com vocês,criaram lá um mundo de ficções que enganaram milhões de seres, mas muitos estão despertando. Vocês viram, bem claro que não é uma questão de contar o que aconteceu "ontem". " É cada um alcancar a, por si mesmo, "ver dentro" o que aconteceu. Percebi que não satisfaz a vocês acreditar em mim", do mesmo modo se alguém me disser que "existe" não me deixará satisfeito. "Eu tenho que ver dentro de mim que existo", por mim mesmo.
 - "Não se preocupem, pois quando criarem essa memória maior recordarão de todos os seus dias"

Como esse problema existencial é muito extenso, vou deixar uma espécie de ensinamento que me auxiliou, que, a príncípio, não será entendido totalmente, porém com o tempo irá ficando luminoso, porém a grande chave é que cada um terá que realizar um processo para aprender a chegar num estado de recordar seja o "ontem" ou a "existência"
"Os tempos mudaram e voltarei com esse asunto".
'Agora ouçam".

'Sendo a vida física uma pequena etapa da existência
do homem através das épocas, é lógico que ele
aspire a cobrir essas etapas com êxito, demonstrando
o que pode conquistar nelas quando seu pensamento
se une, ainda que em parte, aos princípios
eternos que emanam dos alvores da Criação. Percebe,
então, que surge das profundezas de seu ser a
força que haverá de imortalizá-lo, pois está vivendo
o eterno dentro de si mesmo, o palpitar da vida universal;
em outros termos, eleva sua vida e a transforma
numa potência capaz de iluminar a vida de outros
seres que vivem, como ele viveu, só o presente,
desinteressados do futuro e indiferentes ao que significa
sua condição de humanos". Pecotche.

Paulo R P Menezes

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