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terça-feira, 23 de dezembro de 2025

O mistério da alegria e da Felicidade






Reflexões sobre a Busca da Alegria e Autoconhecimento

A Civilização Greco-Romana: Avanços e Contradições

É notável observar que, apesar de nossa civilização greco-romana contar com aproximadamente 3.000 anos de história e ser altamente avançada no campo tecnológico, ainda apresenta grandes deficiências em termos de moral, ética e conduta voltada para o bem. Os indivíduos que compõem essa sociedade enfrentam dificuldades em viver bem, sendo perceptível, no ambiente mental do planeta, um clima de incerteza, desesperança, tristeza e vazio diante da vida.

A Busca pela Felicidade, alegria e o Castelo de Cartas

Os seres humanos buscam incessantemente a felicidade, construindo uma espécie de castelo de cartas alicerçado por boa situação financeira, saúde, uma família harmoniosa, bens, viagens e divertimentos. No entanto, mesmo aqueles que conseguem conquistar tudo o que uma vida material pode oferecer, não se sentem plenamente satisfeitos diante da existência. Sentem um vazio e, por incrível que pareça, são acometidos de depressão. Surge, então, a pergunta: são verdadeiramente felizes?

O Estoicismo e a Busca pelo Sentido

Pensadores como Zenão, Epicteto, Marco Aurélio e outros estoicos defendiam que o propósito da vida é viver em harmonia com a natureza e com a razão universal, concentrando-se apenas no que está sob nosso controle: nossos pensamentos e ações. Sempre tive grande admiração por esses filósofos e, embora reconhecesse a profundidade de suas ideias, percebia que faltava um ensinamento prático sobre como alcançar essas verdades. Ao longo dos séculos, essa ausência de orientação impediu o progresso individual e coletivo da humanidade. Haja tristeza. 

O que sempre faltou foi um guia que apontasse as causas dos problemas, já que, ao descobrir as causas, podemos eliminar os efeitos negativos.

O Encontro com González Pecotche

O que me atraiu em González Pecotche, pensador do século XX. Quais mistérios ele desvendou? Senti que era um Mestre, um verdadeiro Guia, capaz de ensinar, mas deixando claro que cabia a mim trilhar o caminho. Ele mostrou que, sem insuflar vida espiritual no castelo de cartas, não há solidez nessa realização e a existência humana se torna instável e vazia. Para ele, começar tendo a Alegria como objetivo de vida — e ensinar isso às crianças — é fundamental.

Alegria como Caminho e Combate aos Males Internos

Buscar a Alegria significa, necessariamente, combater tudo o que gera tristeza, depressão e os males internos que habitam a mente humana. Os ensinamentos de González Pecotche propõem uma nova forma de viver baseada no autoconhecimento, orientada por sua sabedoria. Era preciso voltar o olhar para dentro, criar virtudes, estudar a si mesmo, atitude negligenciada nos últimos quatro milênios.

O processo começa pela mente e seus pensamentos, passa pela sensibilidade e cultivo de  sentimentos de bondade, ternura, afabilidade, generosidade, gratidão, amor e aprofunda-se no conhecimento do próprio espírito, entendido como uma partícula divina que anima a vida e, portanto, atua na vida física também. Existe vasta bibliografia em Logosofia que aborda esse aspecto, inclusive o mundo metafísico.

Superação dos Defeitos e Expansão da Consciência

Ao combatermos o mal em nós mesmos — irritabilidade, orgulho, egoísmo, cobiça, rancor, intolerância, ódio, vingança e outros —, ampliamos nossa capacidade mental e adquirimos uma visão mais abrangente da vida e de nossa existência no universo. Surge, então, um vigor interno que nos permite experimentar a vida de maneira inédita e profunda.

O que antes era difícil para a mente compreender ou solucionar, torna-se mais simples no caminho proposto, facilitando a resolução das dificuldades e conduzindo a um mundo melhor e superior. O aumento da capacidade mental e uma visão maior tanto da vida como da nossa existência no Universo.

Alegria, Descoberta e Virtudes

Essa nova forma de viver gera Alegria, que cresce à medida que cultivamos tudo o que a produz em nós. Os conhecimentos de González Pecotche são fonte de alegria, pois toda descoberta traz satisfação e todo conhecimento superior amplia a sensação de existência. A realização do autoconhecimento, tão buscada por Sócrates há cerca de 3.000 anos, finalmente se efetiva.

Virtudes como concórdia, paz e bondade começam a florescer, e sua soma beneficia a humanidade, conforme propôs González Pecotche em 1930: divulgar esses valores para o bem coletivo.

A Prova Pessoal e a Superação do Medo

A maior descoberta, em minha visão, é a possibilidade de comprovar essas verdades por meio da própria experiência, sem intermediários e sem a necessidade de acreditar em terceiros, nem em González Pecotche. Com isso, nossa consciência se fortalece e, ao nos tornarmos melhores, nos aproximamos do Criador.

Finalizando, ao eliminar o temor da nossa vida e da existência e substituí-lo pela coragem e pela alegria, rompemos limitações e experimentamos o verdadeiro prazer de viver, livres do temor da morte, do futuro e de qualquer outra coisa. Viva a liberdade!

Tudo consiste em dar conteúdo a vida.

Paulo Roberto Pinheiro de Menezes