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sábado, 2 de julho de 2016

A vida e o espectro absurdo da morte.


Eu era criança e sinceramente nunca me afligiu que eu iria morrer um dia porque, simplesmente, eu olhava dentro de mim e não existia a morte.
Com o fim da adolescência, em determinado dia, aconteceu o pavor. Eu morreria. Que coisa ruim não?
Vivia tão feliz no mundo dos imortais e, de uma hora para outra, essa desgraça.
Era extremamente desagradável conviver com essa realidade.
Fiquei sem opção. Teria que correr atrás da minha imortalidade de novo.
Foi um verdadeiro inferno.
A imortalidade tem uma lógica, eu pensei. Alguém me deu consciência e com ela mesma, olhava para o céu à noite e observava a natureza fantasticamente eterna e maravilhosa...menos eu. Será que não faria parte também dessa eternidade?
Isso era tudo para mim! Resolvi dedicar toda a minha vida nessa descoberta...
Afinal, qualquer tesouro material, por melhor que fosse, seria ínfimo frente a essa realidade.
Eu queria fazer parte do Todo e não ser apenas um mero Terráqueo.
Comecei a pesquisar em vários lugares, nas filosofias e religiões do ocidente e do oriente, já na juventude.
Tomei contato com centenas que juravam saber da existência da vida após a morte e que descreviam detalhes deslumbrantes ou aterradores desse outro mundo.
Não adiantava. Achava que havia muita ficção, muita invenção.
Você leitor, eu pergunto, serve para alguma coisa eu afirmar que existe essa vida eterna, ou não existe?
Claro que não. Eu queria, como você também quer...eu mesmo, nós mesmos sentimos que existimos.
Esse vazio, ninguém, por mais convincente que fosse, preencheria. É tarefa de cada um.
Descobri com certo desapontamento, que era uma questão que afligia milhões de seres humanos igualmente.
Mesmo os que acreditavam, através dessas mesmas religiões e filosofias, nesse mundo metafísico...a dúvida, no fundo deles, os carcomiam.
Li que os cientistas também buscavam esse tremendo mistério, pesquisando nossas origens nos primatas, querendo descobrir o nosso elo desde a nossa criação com o nosso criador.
Em certo dia, não posso dizer que não fui ajudado, através de uma ideia assombrosa, abriu-se um portal.
Todos procuravam a eternidade “por fora”de si mesmo.
Afinal o tal mundo que se viveria sem precisar “do corpo” não já existia dentro de mim?
Eu não sou composto de um mundo interno onde os pensamentos e sentimentos independem desse mundo físico?
Eles vivem sem tato, sem sabor, sem audição, sem visão e sem cheiro.
Eu já não tinha parte desse mundo que eu ansiava tanto que existisse, dentro de mim?
O caminho não seria então, buscando por dentro e não por fora?
O assunto é extenso e não quero cansar ninguém. Continuarei no próximo artigo.

É questão séria. A felicidade e a nossa alegria dependem muito da elucidação desse segredo.

Paulo R P Menezes.